"Estamo-nos a preparar para o pior, esperando que aconteça o melhor”, as palavras foram de Alexandre Tomás, Diretor Executivo da ACES Almada Seixal e um dos nomes que figurou no painel que, na Escola Secundária de Amora, encontrou palco para uma sessão, cujo objectivo foi a veiculação de informações fidedignas sobre as medidas preventivas a adoptar perante a pandemia do COVID -19.
As medidas de prevenção e mitigação do COVID-19 conhecem, entre as redes sociais e os órgãos de comunicação social, uma série de listagens: nem sempre correctas, nem sempre geradoras de calma social. Neste sentido, a UCAPES (União Concelhia de Associações de Pais e Encarregados de Educação do Seixal) resolveu desafiar os representantes da Saúde Pública, a nível concelhio, para “uma sessão informativa que viesse desmistificar o alarme social que está criado. Para que as pessoas, efectivamente, percebessem o que está em causa e que medidas vão ser tomadas em cada momento e que acreditem que temos profissionais à altura que possam, a cada momento, tomar as decisões certas”, explica José Lourenço, representante da Comissão de Utentes da Saúde do Concelho do Seixal.
Como interlocutor privilegiado, tiveram Lina María Hernandez, Directora Coordenadora da Unidade de Saúde Pública da ACES Almada Seixal. A médica iniciou a sessão assumindo uma posição de empatia com os presentes. “Queria partilhar convosco, do fundo do meu coração, que também sou mãe, tenho um filho na escola e que estou do vosso lado, independentemente de ser Médica e Delegada de Saúde, tenho também uma responsabilidade acrescida com o meu filho”.
Calma e confiança
Daí, partiu para uma acessível apresentação em que disponibilizou as informações necessárias para que, a comunidade civil, saiba com o que a comunidade médica está a lidar, desde Dezembro de 2019.
“Antes que o COVID-19 chegasse a Portugal já estávamos num trabalho árduo e com a máxima responsabilidade para ter a melhor estrutura e as melhores condições para a nossa comunidade”, adiantou Lina María Hernandez.
Também Alexandre Tomás, Diretor Executivo da ACES Almada Seixal, frisou que “acabámos (10 de Março) de fechar todos os planos de contingência das 26 unidades funcionais”. Tal serviu para “tranquilizar a comunidade, com a segurança que é possível, numa situação com um nível de conhecimento relativo”. Adiantando ainda que “o SNS está preparado para as circunstâncias do que possa vir a acontecer, independentemente, daquilo que está a ser partilhado na Comunicação Social”, salvaguardou o Diretor Executivo da ACES Almada Seixal.
Por isso, frisou Lina María Hernandez, “devemos sim, preparar-nos, mas não levantar alarmes”. O apelo foi, acima de tudo, à calma e ao “cumprimento criterioso das regras de etiqueta respiratória” e reforço das medidas de higiene. São elas:
Etiqueta respiratória:
tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir
utilizar um lenço de papel ou o braço, nunca com as mãos
deitar o lenço de papel no lixo
lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir
Medidas de higiene:
lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou com uma solução de base alcoólica
evitar contacto das mãos com maçanetas de portas e corrimões
evitar contacto próximo com doentes com infeções respiratórias
Outras medidas:
evitar locais fechados ou com elevados aglomerados de pessoas
evitar uso de máscaras. De acordo com a situação atual em Portugal, não está indicado o uso de máscara para proteção individual, exceto nas seguintes situações:
- pessoas com sintomas de infeção respiratória (tosse ou espirro)
- suspeitos de infeção por COVID-19
- pessoas que prestem cuidados a suspeitos de infeção por COVID-19.
Viagens de finalistas? Não, obrigada
A Delegada de Saúde fez um apelo sério a que as pessoas assumam uma postura de rigor comportamental por forma a “travar o mais possível a propagação deste vírus – que “é novo nas nossas vidas”. Uma dessas postura concerne às viagens marcadas, sobretudo as que se referem a viagens de finalistas. “Ponderem o que é mais importante: a vida ou o dinheiro?”. Apelando, “por favor, nesta altura, não corram riscos desnecessários e um deles é viajar, sobretudo, deixar viajar jovens sem supervisão”.
O encontro teve como parceiros privilegiados a ACES Almada Seixal e aquela Comissão. E como interlocutor principal Lina María Hernandez, Directora Coordenadora da Unidade de Saúde Pública da ACES Almada Seixal, acompanhada por Alexandre Tomás, Diretor Executivo da ACES Almada Seixal e Luís Guedes, Médico de Saúde Pública ACES Almada Seixal e Ângela Mesmoudi presidente da UCAPES.
*Perguntas & Respostas:
O que é a COVID-19?
COVID-19 é o nome oficial, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada por um novo coronavírus (SARS-COV-2), que pode causar infeção respiratória grave como a pneumonia. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, tendo sido confirmados casos em outros países.
O que são os coronavírus?
Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas. Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia.
Quais são os sinais e sintomas?
Os sintomas são semelhantes a uma gripe, como por exemplo:
febre
tosse
falta de ar (dificuldade respiratória)
cansaço
dores no corpo e garganta (menos comuns)
Em casos mais graves pode evoluir para pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e, até mesmo, levar à morte.
Qual é o período de incubação?
O período de incubação estimado da COVID-19 (até ao aparecimento de sintomas) é de 2 a 14 dias, segundo as última informações publicadas.
Como se transmite?
A COVID-19 pode transmitir-se por:
gotículas respiratórias
contacto direto com secreções infetadas
aerossóis em alguns procedimentos terapêuticos que os produzem (por exemplo as nebulizações)
A COVID-19 pode transmitir-se de pessoa a pessoa?
Sim e poderá ocorrer pela proximidade a uma pessoa com COVID-19 através de:
gotículas respiratórias – espalham-se quando a pessoa infetada tosse, espirra ou fala, podendo serem inaladas ou pousarem na boca, nariz ou olhos das pessoas que estão próximas
contacto das mãos com uma superfície ou objeto infetado com o SARS-CoV-2 e se em seguida existir contacto com a boca, nariz ou olhos pode provocar infeção
Os animais domésticos podem transmitir o coronavírus?
Não. De acordo com informação da Organização Mundial da Saúde, não há evidência de que os animais domésticos, tais como cães e gatos, tenham sido infetados e que, consequentemente, possam transmitir a COVID-19.
Qual é o tratamento?
Atualmente, o tratamento para a COVID-19 é dirigido aos sinais e sintomas que os doentes apresentam. Ainda não existe tratamento específico para esta infeção, segundo a informação publicada.
Os antibióticos são eficazes na prevenção e no tratamento da COVID-19?
Não, os antibióticos não resultam contra vírus, apenas bactérias. A COVID-19 é uma doença provocada por um vírus (SARS-CoV-2) e, como tal, os antibióticos não devem ser usados para a sua prevenção ou tratamento. Não têm resultados e podem contribuir para o aumento das resistências a antibióticos. Existem medidas que ajudam a prevenir a infeção por COVID-19 e também recomendações para os viajantes.
Existe vacina para a COVID-19?
Não. Sendo um vírus recente, as investigações ainda estão em curso.
Se ficar em isolamento preventivo pelo COVID-19 sou prejudicado no meu emprego?
Não. Segundo o despacho emitido pelo Governo, se uma pessoa ficar em isolamento preventivo (profilático) devido ao perigo de contágio pelo COVID -19 e faltar, temporariamente, ao seu emprego por ordem da autoridade de saúde está salvaguardada a sua proteção social e os seus direitos.
Quais são medidas de prevenção específicas para as escolas?
A Direção-Geral da Saúde recomenda:
- caso alguém esteja doente deve ficar em casa
- ensinar os alunos a lavar frequentemente as mãos com água e sabão
- evitar tocar nos olhos, nariz e boca
- ao espirrar e tossir, tapar o nariz e boca com o braço ou lenço de papel que deverá ser colocado de imediato no lixo
- evitar partilhar material escolar ou brinquedos (lápis, canetas, borrachas, entre outros)
- evitar partilhar comida e outros bens pessoais (troca de chuchas, copos, telemóveis…)
- caso alguém tenha tosse, febre ou falta de ar (dificuldade respiratória), deve ligar para o SNS 24 (808 24 24 24), antes de se dirigir a um serviço de saúde e seguir todas as recomendações.
Para mais informações e dúvidas, aceda ao SNS 24 (www.sns24.gov.pt/tema/doencas-infecciosas/coronavirus/covid-19/)
* Fonte: SNS