A Câmara Municipal do Seixal está solidária com a Associação Humanitária de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal que viu recentemente ser despachada pelo Tribunal do Trabalho do Barreiro uma ordem de insolvência.
A câmara municipal considera inadmissível tal situação, que coloca em causa o socorros à população do concelho e às populações do país a quem esta associação tanto tem apoiado.
O presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, referiu que “num ano em que o flagelo dos fogos assolou grande parte do país, não se entende esta decisão que compromete a operacionalidade desta associação. Em causa estão os postos de trabalho e o socorros aos cerca de 110 mil munícipes que estão na área de intervenção da Associação Humanitária de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal”.
Importa referir que a Associação deliberou iniciar um Processo Especial de Revitalização, que teve início em março de 2017 e que após votação, o Plano de Recuperação foi aprovado pela esmagadora maioria dos credores que expressaram voto favorável, representando cerca de 93 % do total dos créditos, tendo apenas 4 credores, que representavam os restantes 7 % dos créditos, votado contra o plano.
O Plano permitiria reestruturar o passivo da Associação e criar condições de satisfação efetiva dos credores, na medida das reais capacidades desta, já que assenta num compromisso de redução dos seus créditos e do respetivo reembolso num prazo médio de 5 anos. Tendo sido aprovado pela esmagadora maioria dos credores, manteria a Associação no pleno das suas capacidades operativas.
Joaquim Santos, referiu assim que “não se entende esta decisão do Tribunal, pois com este despacho do dia 17 de outubro anuncia-se a insolvência dos Bombeiros do Seixal, para além de se impossibilitar a satisfação dos créditos dos credores. Desconsidera-se os interesses das populações e o seu socorro e proteção, estas decisões judiciais que têm levado ao delapidar de património publico e como já sucedeu com o Seixal Futebol Clube e com o Amora Futebol Clube, onde por via judicial se entregou património publico ao desbarato e com graves prejuízos para o erário público, pois a venda em hasta pública do património destas instituições não resolveu qualquer problema das mesmas, foi feita a um baixo custo face ao valor patrimonial dos equipamentos alienados e não permitiu sequer a que os credores recuperassem as suas dividas”.
Assim, e de forma a expressar o seu descontentamento e demonstrar a injustiça que se está a viver, a Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, os seus dirigentes e população irão concentrar-se no dia 6 de novembro, às 10 horas, junto do Tribunal do Trabalho do Barreiro, contando com a participação solidária da Autarquia do Seixal.