Sobre este trabalho, salientou que é composto por histórias que já tinha escrito, logo «não foi difícil reinventá-las». «Com um pouco de magia ficcionei-as, acrescentando um pouco da minha imaginação», destacou, frisando que «escrever ficção é muito agradável» para si, porque é «uma maneira de fantasiar, inventar situ
ações, pessoas, recriar realidades».A terminar, Maria Vitória Afonso disse que o seu livro «é uma homenagem aos alentejanos», em particular aos seus pais. «Analiso a idiossincrasia do povo da minha vila, evidenciando situações que traduzem a vida difícil dessa gente, que sempre enfrentou de cabeça erguida a saga da luta pela sobrevivência», referiu, acrescentando: «Espero que tenham tanto gosto ao ler este livro como eu tive em escrevê-lo».
Eduardo Raposo, autor do prefácio, qualificou a obra como «um projeto de intervenção». «São imagens expressivas, de décadas do século XX português. Quadros bem elucidativos das vivências da ruralidade alentejana», precisou.
Apoiar a Cultura
O lançamento do livro contou ainda com a intervenção de Manuel Araújo, Presidente da Junta de Freguesia de Amora, que valorizou o facto de, no concelho do Seixal, «assistirmos, com frequência, ao lançamento de livros», numa altura em que o Executivo PSD/CDS coloca a Cultura e a Educação «em segundo plano»: «basta dizer que um dos primeiros atos deste Governo foi dissolver o Ministério da Cultura e resumi-lo a uma simples Secretaria de Estado». Na iniciativa, o autarca deu ainda a conhecer que, numa altura em que foram já aprovados os orçamentos dos respetivos municípios, a Câmara do Seixal «foi provavelmente das poucas que aumentou as suas verbas para a Educação e para a Cultura». «Um País sem Educação e sem Cultura não vai a lado nenhum, e é lamentável que estejamos a assistir a um retrocesso civilizacional que nos pode levar ao nível dos anos 60», sublinhou.Por seu lado, Vanessa Silva, vereadora na Câmara Municipal, aproveitou o momento para dirigir uma palavra especial para a Casa do Educador. «Estes professores, estes alunos, estes professores e alunos, são aqueles que no passado, no presente, e, estou certa, no futuro, continuarão a contribuir para a construção da Escola Pública», valorizou.
Na sessão, intervieram também António Henriques, professor na Casa do Educador, António Luís Pinto da Costa, Reitor da Universidade Sénior do Seixal, Tomás Bento, Presidente da Casa do Educador, e Fernando Mão de Ferro, das Edições Colibri.
