A Junta de Freguesia de Amora tem vindo a expressar a sua preocupação crescente em relação ao funcionamento e à expansão do Aterro Sanitário do Seixal, especialmente no que diz respeito à nova célula de exploração recentemente licenciada pelas entidades sob a tutela do Ministério do Ambiente e Energia (APA e CCDR). Para reforçar a transparência e o diálogo com a comunidade, a autarquia tem participado em reuniões regulares com os moradores das zonas mais afetadas, bem como com a AMARSUL, empresa responsável pela gestão e exploração do aterro.
A situação atual prende-se com a deposição de lixo indiferenciado na célula D, dedicada exclusivamente à deposição de monos, e com o pedido de licenciamento da nova célula E, e com o facto da Amarsul garantir que o aterro ainda tem uma capacidade de depósito de 317 675m3. Este crescimento contínuo contraria as expectativas da população e das entidades locais, que aguardavam o encerramento do aterro em 2024 (com a selagem da célula C), data estipulada para o fim da sua operação, após mais de 25 anos de serviço como destino dos resíduos sólidos urbanos da margem sul.
Com o crescimento exponencial do aglomerado de lixo e das vicissitudes a ele associadas, a Junta de Freguesia de Amora tem intensificado os seus esforços para combater, ao lado da população, a aparente desinformação e procurando mostrar-se disponível para encontrar soluções viáveis e benéficas a todos.
Durante um dos encontros entre moradores e Amarsul, a Junta solicitou formalmente à empresa que explora o aterro, o estudo de impacto ambiental e um levantamento topográfico atualizado, que comprovem a capacidade alegada pela empresa. Estes documentos são cruciais para avaliar o impacto real da expansão no ambiente e na saúde pública. Contudo, até ao momento, não houve resposta concreta por parte da AMARSUL, o que intensifica as preocupações da população e dos governantes.
Nelson Ramos, presidente da Junta de Freguesia de Amora, recorda o esforço contínuo da autarquia: “A Junta tem estado do lado dos moradores desde o início. A autarquia tem questionado repetidamente as entidades competentes – APA, Ministério do Ambiente e CCDR – sobre a necessidade urgente de encerrar o aterro sanitário e continuamos a fazê-lo. Para nós, o encerramento já vem tarde.”
Em paralelo, a Câmara Municipal do Seixal tomou medidas jurídicas para travar a expansão do aterro e defender a qualidade de vida dos seus munícipes. A autarquia avançou com uma ação judicial e uma providência cautelar junto do Tribunal de Almada, com o objetivo de suspender a licença de funcionamento da nova célula. A Câmara rejeita veementemente a licença de exploração concedida pelas entidades nacionais, tuteladas pelo Ministério do Ambiente e da Energia, que permite o crescimento do Aterro Sanitário do Seixal, e condena o risco que esta operação representa para a saúde pública e o ambiente. Desde o início do funcionamento da nova célula, em Julho deste ano, a população tem relatado um aumento significativo de odores, proliferação de pragas e indícios de contaminação, afetando diretamente o bem-estar dos moradores.
A Junta de Freguesia de Amora e a Câmara Municipal do Seixal continuarão a acompanhar de perto esta situação e a promover iniciativas que informem e envolvam a comunidade, reafirmando o seu compromisso com a proteção do meio ambiente e a defesa da saúde pública no concelho.