Um Veículo Tanque Táctico Florestal (VTTF) foi a oferta da Câmara Municipal do Seixal, apoiada por uma comparticipação financeira da Junta de Freguesia de Amora, no 13.º aniversário do corpo de bombeiros da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Amora (AHBMA), celebrado no dia 1 de abril.
A nova viatura junta-se aos 18 veículos operacionais e duas embarcações ao serviço da corporação de Amora e do concelho. A associação conta com um quadro de comando completo, 68 operacionais e 2 especialistas, estando instalada numa antiga fábrica, onde paga uma renda mensal de 2 850 euros.
Em 2016, a Câmara apoiou a Associação com 156 771 euros referentes à comparticipação anual, 8 000 euros de apoio extraordinário e mais 64 882,50 euros de apoio à candidatura da construção do quartel ao POSEUR (Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência do Uso de Recursos).
A candidatura, que está pendente, a ser aprovada financia o equipamento até 85 por cento, com fundos europeus, sendo os restantes 15 por cento assegurados pela Câmara Municipal do Seixal. Para viabilizar o equipamento, a autarquia atribuiu um terreno situado junto à estrada Nacional 10 e apoiou o financiamento dos projetos de execução.
A sessão solene foi dirigida por Odete Gonçalves, presidente da assembleia geral da AHBMA, e contou com a atribuição das medalhas de assiduidade a uma bombeira e a um bombeiro. A liga dos Bombeiros Portugueses distinguiu ainda luís Gomes por 35 anos de serviço enquanto soldado da paz.
O comandante do corpo de bombeiros agradeceu aos órgãos de direção «o esforço e confiança» na «aquisição de equipamentos de combate a incêndio e de proteção individual, as obras de remodelação do quartel e a aquisição de novas viaturas, permitindo melhores condições para os nossos bombeiros». Carlos Falcão lembrou as ocorrências de 2016: 4451 serviços de prestação de assistência e socorro; 237 respostas a riscos tecnológicos; 175 riscos mistos; e 839 operações de salvamento.
A presidente da direção da AHBMA explicou que o corpo de bombeiros cresceu e tem «completo o seu quadro de comando». Referiu ainda «a falta de apoio do Poder Central, que nos atribui mensalmente um subsídio na ordem dos 5 mil euros» e sublinhou «a enorme expectativa com que aguardamos a lei de financiamento dos corpos de bombeiros». Lúcia Soares enfatizou igualmente que «sem o apoio da câmara municipal do Seixal a sustentabilidade do nosso corpo de bombeiros não seria possível».
Manuel Araújo, em nome da Junta de Freguesia de Amora, admitiu alguma tristeza por «ver os nossos bombeiros despender tantos esforços e recursos para manter dignas umas instalações precárias e que não podem de modo algum ser definitivas». O Presidente sublinhou de igual modo «que os bombeiros de Amora, como qualquer corpo de bombeiros portugueses, não podem estar dependentes da boa vontade do Poder local e da sociedade civil, mas ao abrigo de uma lei-quadro que preveja o seu financiamento no âmbito do orçamento do estado».
Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal, mostrou «indignação face à não aceitação das candidaturas para aquisição de duas novas viaturas para combate a incêndios florestais apresentadas pelas nossas associações humanitárias de bombeiros mistos, assentes na área florestal do concelho, quando as nossas corporações são chamadas para atuar em incêndios florestais em todo o país».
Joaquim Santos elencou as necessidades sentidas pelos bombeiros nacionais: recursos, equipamentos, meios humanos e financiamento. Neste contexto, assegurou que «independentemente de maior ou menor comparticipação por parte do POSEUR, estamos na disposição de investir num novo quartel para a AHBMA comparticipando o valor necessário para habilitar a freguesia e o concelho com melhores meios de socorro às suas populações». Salientou, porém, «que não pode, numa competência do estado central e perante a disponibilidade de fundos europeus, ser o Poder Local a investir sozinho no equipamento».
