Mais de uma centena de pessoas, utentes, eleitos nos diversos órgãos autárquicos, nomeadamente da Junta de Freguesia de Amora, população em geral, participaram, no dia 24 de janeiro, junto ao Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, numa concentração em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para exigir a construção do Hospital no concelho do Seixal.
O protesto, promovido pelas Comissões de Utentes da Saúde do Seixal e Almada, surge na sequência da demora excessiva no atendimento médico e das mortes que ocorreram em diversos serviços de urgência dos hospitais públicos, designadamente no HGO. «O Hospital está doente, em vez de curar mat'a gente», lia-se nos cartazes empunhados pelos utentes, que, como se afirmava numa faixa, ali estavam «juntos pelo Hospital no concelho do Seixal».
Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal, em declarações à comunicação social, lembrou que a construção daquele equipamento seria a melhor forma de descongestionar a urgência e dos restantes serviços do HGO. Já o presidente da Câmara Municipal de Almada, Joaquim Judas, exigiu a demissão do ministro da Saúde face à ausência de respostas eficazes ao atual surto de gripe.
Por seu lado, Luísa Ramos, porta-voz das comissões de utentes, defendeu a necessidade de reabrir alguns centros de saúde e alargar os horários de funcionamento.
Ministro recusa Hospital
No dia em que mais de centena de utentes se manifestava à porta do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, afastou a possibilidade de construção do Hospital no concelho do Seixal, justificando a decisão com o investimento na Península de Setúbal superior a 200 milhões de euros, entre os quais 120 milhões no HGO. Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal, pediu explicações sobre a utilização desse dinheiro, uma vez que a construção do Hospital do Seixal permitiria descongestionar o HGO por metade do dinheiro (60 milhões de euros).